A empresa alemã Lufthansa foi, finalmente, autorizada a comprar parte da ITA Airways (antiga Atitalia) do Ministério da Economia da Itália. A união entre a estatal e o grande grupo de aviação foi acordada em maio de 2023, mas a autorização da operação pela União Europeia (UE) ocorreu apenas hoje.
De acordo com a decisão, a união foi possível porque as duas empresas apresentaram garantias de proteção à concorrência no Aeroporto de Milão-Linate (LIN), um dos principais da Itália – condição essencial para manter um mercado aéreo saudável, principalmente aos viajantes.
“Era necessário evitar que os passageiros acabassem pagando mais ou se deparassem com menos serviços de transporte aéreo e de pior qualidade em determinadas rotas dentro e fora da Itália”, disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, à Agência Internacional de Notícias Italiana (ANSA).
Para ter ideia, o acordo descarta qualquer tipo de monopólio das rotas de curta distância entre a Itália e a Europa Central, e nas ligações de longa distância entre o Aeroporto de Roma Fiumicino Leonardo da Vinci (FCO), e a América do Norte.
O fechamento legal da operação está previsto para ser finalizado no quarto trimestre de 2024. Até lá, a ITA Airways e o Grupo Lufthansa continuarão sendo concorrentes.
“Comunicaremos mais detalhes assim que as formalidades estiverem totalmente concluídas. Estamos nos preparando para uma decolagem conjunta e planejamos colaborar de perto em várias iniciativas diferentes, como acesso a lounges, programas de fidelidade, atendimento ao cliente e pontos de contato nos aeroportos“, publicou a Lufthansa em suas redes.
Participação na estatal
Inicialmente, a Lufthansa terá participação de 41% da ITA por meio de um aumento de capital de 325 milhões de euros (R$ 2 bilhões). Depois, a previsão é de que o grupo alemão assuma o restante das ações até 2033, totalizando 829 milhões de euros (R$ 5,1 bilhões) investidos.
A estatal ITA Airways foi fundada em 2020, substituindo a antiga Alitalia. Desde então, a Lufthansa tentava comprar a companhia. A privatização da ITA realmente parecia ser apenas questão de tempo.
Com o sinal verde da UE, o Grupo Lufthansa começará a gerir mais uma companhia aérea – ele já é dono da Swiss Airlines, Austrian Airlines, Brussels Airlines e Eurowings, entre outras.
Star Alliance
Outra novidade a partir dessa compra é a saída da Ita da SkyTeam para fazer parte da Star Alilance, aliança aérea mundial com 26 companhias aéreas. A informação foi confirmada pela Lufthansa.
Com mais de 50 hubs pelo mundo, os membros da Star Alliance oferecem conexões por meio de uma rede global líder mundial, a qual consegue conectar 98% dos países do mundo.
Garantias prometidas
Para que a autorização da UE fosse viável, a ITA e Lufthansa concordaram com diversas garantias para evitar monopólio do serviço. Dentre elas está a cessão de 30 a 34 voos diários no Aeroporto de Milão. Essa medida é importante para permitir que outra companhia opere no aeroporto (possivelmente, a britânica de baixo custo EasyJet).
Garantias apresentadas:
- Ceder entre 15 a 17 pares de slots (de 30 a 34 voos diários) em Milão-Linate, mais que os 11 atualmente detidos pelos alemães;
- Ceder rotas entre a Itália e países como Alemanha, Áustria, Bélgica e Suíça;
- Ceder de voos entre o Aeroporto de Roma-Fiumicino e as cidades de Chicago, San Francisco e Washington, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.
Atualmente, a ITA Airways tem voos diários para o Brasil, entre Roma e São Paulo e entre o Rio de Janeiro e a capital italiana.
A partir de agora, os viajantes devem ver mudanças nas ofertas e rotas no Aeroporto de Milão-Linate (LIN). Ficaremos de olho para divulgarmos as novidades. Enquanto isso, confira como é voar com o A350 da Ita no vídeo a seguir: