A Azul e o Banco Digio lançaram um programa que permite comprar passagens aéreas usando o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Diante da nova forma de pagamento de passagens no mercado, reunimos informações sobre a novidade e avaliamos se ela realmente vale a pena.
Como funciona: passagem aérea com FGTS
- Na prática, o pagamento da passagem será feito como um empréstimo, por meio da Antecipação do Saque-Aniversário FGTS;
- O trabalhador deverá ter conta no Banco Digio para que o procedimento seja autorizado e, portanto, o pagamento seja repassado à Azul;
- A compra é limitada a várias regras!
Passo a passo: nova forma de pagamento
- Passo 1: Escolher a modalidade de Saque-Aniversário do FGTS
Antes de comprar a passagem aérea, o trabalhador deve acessar o aplicativo do FGTS para aderir à modalidade de Saque-Aniversário do FGTS.
Com isso, será suspenso o Saque-Rescisão, modalidade tradicional de saque do FGTS que protege o trabalhador demitido sem justa causa.
- Passo 2: Consulta de informações
Após autorizar o Saque-Aniversário no aplicativo, o cliente também deverá permitir o Banco Digio a consultar todas as informações do saldo do seu FGTS.
- Passo 3: Escolha da passagem aérea
Depois de fazer as autorizações financeiras, pesquise pela sua passagem de interesse, exclusivamente no aplicativo da Azul.
- Passo 4: Pagamento com o FGTS
Na sequência, selecione a opção de pagamento com o FGTS.
- Passo 5: Aguarde a finalização da compra
O saldo do seu FGTS será analisado pelo Banco Digio e, se tudo estiver nos conformes, sua compra será aprovada em até 24 horas. A confirmação ou não chegará no seu e-mail.
Regras: o que posso comprar pagando com FGTS?
O trabalhador precisa atender os seguintes requisitos para poder fazer o pagamento com FGTS no aplicativo da Azul:
- Não deve comprar a passagem entre 23h e 23h59;
- Não deve comprar passagem internacional;
- Não deve utilizar o FGTS para pagar valor parcial da reserva e utilizar outro meio de pagamento para pagamento do valor restante;
- Não deve fazer uma nova análise se a Caixa recusar o pagamento com o FGTS;
- Deve ter um CPF válido;
- Deve comprar passagem apenas para um passageiro;
- A reserva deve ter intervalo maior que 28 dias entre a data da compra e a data da viagem;
- O valor da reserva (com taxas) deve ser maior do que R$ 400;
- A data da compra não pode estar dentro dos 30 dias corridos que antecedem o 1º dia do mês do aniversário do cliente;
- O passageiro deve ter mais que 16 anos;
- O passageiro deve ser o titular da conta FGTS que será usada para pagamento da reserva;
- O cliente não pode pagar parte do valor da reserva com pontos do Azul Fidelidade;
- Reservas com promocode e/ou crédito e/ou voucher aplicados não poderão utilizar FGTS para pagamento do valor residual;
- Clientes que utilizarem a opção do Hold de Tarifa não poderão utilizar o FGTS para pagamento do valor residual.
Valor mínimo necessário e taxas de juros
Após cumprir todas as regras e antes de iniciar o processo de solicitação do pagamento com FGTS, o cliente poderá simular o saldo necessário para que a compra seja aprovada.
O simulador apresentará um valor aproximado, pois a compra terá taxas de juros, as quais sofrem alterações com frequência, segundo a Azul.
A Azul afirma que antes da contratação efetiva do FGTS, os valores reais com as taxas serão apresentados para que o cliente aprove a solicitação.
Até o momento, a Azul não divulgou qual é a taxa de juros do Banco Digio para o pagamento da passagem com o FGTS. No site do banco, só é possível ter ideia dos juros aplicados nos empréstimos de antecipação do Saque-Aniversário normal, que partem de 1,29% ao mês. No entanto, na minha simulação, a diferença entre o preço da passagem e do valor total para o pagamento com o FGTS foi de 41,5%.
Saque-aniversário do FGTS. Vale a pena?
Apesar da novidade ser interessante por ser uma forma de pagamento não ofertada por outras companhias, acredito que não valha a pena. O número de regras, o fato de ser uma compra com juros (não muito claros) e com valor mínimo exigido tiram a atratividade da proposta.
Além disso, é importante saber que ao aderir ao Saque-Aniversário, o trabalhador não poderá sacar o saldo do FGTS no caso de ser demitido sem justa causa, por exemplo. Isso significa que ao optar pelo saque-aniversário, o titular da conta abre mão do saque-rescisão, a modalidade tradicional de saque do FGTS que serve justamente para proteger o trabalhador demitido sem justa causa.
Depois da mudança para o Saque-Aniversário do FGTS, o trabalhador até pode solicitar o retorno à modalidade Saque-Rescisão, mas isso só poderá ser feito se ele não tiver realizado nenhuma operação de antecipação contratada (como é o caso da compra de passagens). Além disso, a volta para a modalidade do Saque-Rescisão só terá efeito a partir do primeiro dia do 25º mês após a data da solicitação de retorno.
Outras informações estão disponíveis no site da Azul.