Na última sexta-feira, Tom Brady e o Tampa Bay Buccaneers anunciaram uma renovação de quatro anos do contrato do quarterback. Considerando que Brady tem 43 anos, o tempo de contrato é de assustar, mas nada mais foi do que uma manobra do time, com anuência do QB, para abrir espaço no teto salarial.
Se no papel a extensão tem duração de quatro anos, na prática vale por apenas mais uma temporada. Ao fim de 2022-2023, o time e o quarterback se separarão se não houver nova extensão.
Essa manobra abriu cerca de US$ 19 milhões (R$ 105 milhões) de espaço no teto de Tampa, o que vai ser importante nas renovações de Lavonte David (que já acertou), Chris Godwin, Rob Gronkowski, Antonio Brown e, principalmente, Shaquil Barrett, o melhor jogador de defesa do time.
Entenda a negociação
O quarterback não perdeu dinheiro, o salário apenas foi redistribuído para aumentar a margem de negociação da franquia. Em geral, nesse tipo de acordo, o salário base é reduzido e, junto com outros incentivos, convertido em bônus de assinatura.
O bônus de assinatura é vantajoso para os times da NFL por um simples motivo, o impacto dele no teto salarial é dividido por todos os anos do contrato. E para o jogador o dinheiro é todo garantido. Por isso o vínculo tem quatro anos, mas na prática só dois.
Ou seja, Brady vai receber o mesmo que receberia, mas recebe imediatamente e estende o contrato com o time, que ganha margem de negociação.
Foco em mais e mais taças, SEMPRE
Essa não é a primeira vez que Tom Brady faz esse tipo de movimento para ajudar o time em que joga a se manter competitivo. Por mais de uma vez, o fez quando jogava em New England. Inclusive o último contrato com os Patriots foi reformulado nesse mesmo modelo do atual.
Tom também abre mão de uma certa quantia. Por exemplo, ainda entre os melhores em atividade da NFL ainda hoje, Brady é apenas o 16º maior salário entre quarterbacks na liga.
Jogadores como os contestados Jared Goff e Carson Wentz, por exemplo, recebem quase US$ 10 milhões a mais em média de salário por ano que o TB12.
Mesmo tendo uma temporada melhor que a maior parte dos mais bem pagos da liga, Tom Brady em nenhum momento reivindicou um aumento salarial para os Buccaneers.
Os motivos são simples: na reta final da carreira, porque pode não parecer, mas ele está envelhecendo, o QB quer acumular o maior número de taças possível e para isso precisa de um time forte.
Para quem já ganhou US$ 263 milhões (R$ 1,4 bilhões na conversão atual) na carreira, ter um salário anual de “apenas” US$ 25 milhões não é um grande problema. O mais bem pago da posição é Patrick Mahomes, do Kansas City Chiefs, que ganha média de US$ 45 milhões.
Uma coisa é certa, Tom Brady está sob contrato por mais dois anos e, muito provavelmente, vai jogar até os 45 anos. Ou até mesmo além disso, porque quem duvida de uma renovação em 2022 para jogar até os 50?
Por: Redação GE
Fonte: globoesporte.globo.com
Imagem: sports/reuters