Quando um grupo de oito jornalista, que atuavam em jornais e emissoras de rádios, no Rio de Janeiro, criaram a entidade que viria a se transformar na Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – ABRAJET, não imaginavam que estavam também fazendo história.
Em reunião realizada no dia 29 de janeiro de 1957, numa das salas da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, ainda hoje na rua Araújo Porto Alegre, 71, centro da então Capital da República, Domingos C. Brandão, Belfort de Oliveira, Fernando Hupsel de Oliveira, Luiz D. P. Bravo, Aulete de Almeida, Hilda Peres de Medeiros, José Mário Alves da Silva e Oberon Bastos de Oliveira fundaram a entidade. Domingos Brandão assumiu a primeira gestão entre 1957 a 1959.
Completando hoje 29 de janeiro de 2021 os seus 64 anos de atividades, a ABRAJET é a segunda mais antiga instituição que congrega jornalistas em todo o País. Só perde para a ABI, que tem 112 anos de atividades na valorização e defesa do jornalismo de qualidade, preservação da dignidade profissional do jornalista e estimular o sentimento de defesa do patrimônio cultural e material da Pátria. Na atualidade, a ABRAJET tem cerca de 200 associados, profissionais que atuam em jornais, revistas, TVs, rádios, em assessorias de imprensa de órgãos públicos ou empresas do setor de turismo e em redes sociais, com sites e blogues sempre difundindo o turismo. Estão distribuídos em 20 seccionais.
Os oito criadores precisaram do apoio do jornalista Herbert Moses, presidente da ABI (1931/64) que além de oferecer espaço para as reuniões ofereceu suporte para que enfrentassem as críticas, pois muitos viam o “turismo como coisa de gente rica” (conforme livro ABRAJET – Uma Herança do Jornalismo, do ex-presidente da ABRAJET, o jornalista e escritor Hélcio Estrella). Nos primeiros 10 anos, o grupo se revezou na presidência, tendo José Mário Alves da Silva realizado duas gestões seguidas: (59/61 e 61/63). Foram anos de trabalho muito rico, cujo resultado viria já no final de 1963, com a inclusão da ABRAJET em organismo da ONU. Em 1959 elaboraram o primeiro estatuto e estabeleceram a cobrança de anuidade.
O trabalho desse grupo foi aglutinando mais jornalistas, alguns desses fizeram história. Entre esses, Araújo de Castro, do Jornal de Turismo do Rio de Janeiro, que durante um período segurou uma crise, até que entidades congêneres criadas em diversos estados ajudassem. Contou com ajuda de figuras como Joana Palhares (RJ), Luís Alípio de Barros (AL, porém atuava no RJ), Dirceu Ezequiel (RJ), José Anchietta (Região Norte), Hélio Lima Duarte (RJ), José Carlos Araújo e José Mário Pinto (CE), Paulo Mattos (SP), Carlos Casaes (BA), Wilson Müller (RS), Ricardo Guerra (PE) entre outros. A partir do ano 2000, colegas como Júlio Cézar Rodrigues (PR) e Cláudio Magnavita (RJ) deram novo impulso a entidade que nesta época tinha também escritores associados.
A história recente é conhecida de todos, com Hélcio Estrela, Miriam Petrone(a primeira mulher na presidência nacional) e Evandro Novak.
Importante, em todo esse período longo, é a presença de associados cuja missão têm sido a de propor melhorias, seja doando seu talento na elaboração de projetos ou, mesmo, doação de recursos próprios em favor da entidade. Não é adequado citar nomes, pois alguns seriam esquecidos ou fizeram isso sem alardes. Exatamente como aconteceu no início.
Texto: Jornalista Jurema Josefa, Editora do Turismo e Viajens, associada da ABRAJET Seccional RS